sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eloísa




Eloísa é mães do meu melhor ex-amigo. Não, ele não brigou comigo porque eu desenhei a mãe dele pelada, nada disso. Meu envolvimento com Elô foi mais do que isso. Eu até dou razão. Mas eu realmente gostei da mãe dele. Ela era uma senhora muito distinta e elegante. Foi mãe jovem e ficou viúva muito cedo. Eu me apaixonei por ela quando passei a freqüentar a casa de praia do Elvis (esse era o nome dele). Era em Caraguatatuba, mais especificamente, praia Martim de Sá. A Nana, irmã dele (veja outro post) ainda era praticamente uma menina, mas já dava pistas de que viria a se tornar uma bela moça. O Elvis e a Nana iam muito para a praia. Eu como tenho meus pudores de gordo sempre ficava fazendo companhia para a mãe deles. Gostávamos de fazer longas caminhadas. Aliás, ela gostava, eu só andava para ficar perto dela. Conversávamos muito. Tínhamos uma paixão por poetas da língua inglesa do século vinte. O favorito dela era Eliot, e o meu era Pound. Era tudo muito platônico para mim, eu mal a tocava. Ela nunca usava biquíni nem maiô, apesar de ter um corpo muito bonito; e por isso, para mim, ela parecia ainda mais distinta. Sempre vestia uma saia que ia abaixo dos joelhos, uma blusa de crochê, sandálias de couro cru e chapéu de palha. Quando saíamos, eu, Elvis e a Nana, ela ficava sozinha em casa. Numa noite em que nada deu certo para mim, abandonei a turma e voltei para casa já um pouco bêbado. Entrei e vi que ela estava na piscina. Notei que havia uma garrafa de vinho e uma taça na beirada da piscina. Pensei que ela poderia estar acompanhada e que eu poderia estragar tudo para ela. Ela gritou de lá: - Já chegaram? E eu Respondi: Não, Dona Elô, o Elvis e a Nana ficaram, eu vim sozinho.
- Pega, uma taça e vem beber um vinho comigo. Se não, vou ficar muito bêbada.
Quando cheguei na beirada percebi que ela usava um biquíni da Nana. Eu devo ter olhado tanto que ela se sentiu na obrigação de comentar.
– Veja só, eu não tenho biquíni. Tive de pegar o da minha filha. Sei que não é apropriado para alguém da minha idade usar um desses, mas eu só queria nadar um pouco.
– Não se preocupe, dona Elô. A senhora pode ficar a vontade.
– Eu já estou à vontade meu querido. Como você vê, já tomei metade dessa garrafa de vinho. Além do mais, você é como se fosse meu filho.
Disse isso e mergulhou de onde estava até o meu lado da piscina. Eu nunca fui capaz de perguntar a idade dela, mas ao observá-la naquele biquíni minúsculo da filha fiquei completamente admirado pelo corpo que aquela mulher tinha. Tive até taquicardia de olhar para aquela bunda totalmente descoberta que se movia na medida em que suas pernas balançavam no fundo da piscina. Uma coisa, me ocorreu naquela hora: “Ela fez de propósito. Queria que eu a olhasse. Com certeza já deve ter notado meus olhares. Está me provocando”.
- Você não quer nadar um pouco. A água está um pouco fria, mas você vive dizendo que é calorento.
- Não. Obrigado. Eu, assim como a senhora, não tenho roupa de banho.
- Entra de cueca mesmo. Eu não ligo.
- Bom, eu não iria me sentir à vontade. Além do mais, pode parecer estranho, se o Elvis chegar e vir a mãe dele na piscina com um cara de cueca.
Ela riu e emendou: - Não se preocupe. Ele me ligou, antes de você chegar e disse que foi com a Nana e uma outra amiga para uma rave em São Sebastião e que só volta amanhã.
Pronto, ela sabia que eu vinha e sabia que iríamos estar sós até amanhã.
- Eu... ahm... não uso cueca.
- Mentira.
- Não. Não uso.
- Então entra sem cueca mesmo. Você se importa?
- Não. E a senhora.
- Como já disse, você é como se fosse meu filho.Toma mais vinho.
Encheu o meu copo. Tomei tudo de uma vez e comecei a tirar a minha roupa.
- Hei, seu mentiroso. Você está de cueca.
- Era brincadeira.
- Que brincadeira sem graça.
- A senhora está brava.
- Não. Estou de pilequinho. Fiquei decepcionada, você me encheu de expectativa. Agora isso.
- Tudo bem. Eu tiro a cueca mas a senhora tem que tirar o biquíni também.
- Ok. Mas tem uma condição.
- Sim?
- Pare de me chamar de senhora. Ok?
- Pode deixar.
Enquanto eu tirava a cueca ela arremessou as duas partes do biquíni da filha em cima de mim. Entrei na água e não nos tocamos. Ficamos os dois nus nadando e conversando. Ela ainda repetiu o papo de “filho para mim” algumas vezes.
- Precisamos de mais vinho. Você não quer ir buscar.
Quando eu comecei a sair da piscina ela veio e me mordeu na bunda. E saiu rindo. Cheguei a adega e comecei a procurar alguma coisa, gritei algumas vezes para ela, perguntando sobre que vinho deveríamos escolher. De repente, eu a vejo andando nuazinha vindo em minha direção. Ela chega casualmente como se nada tivesse acontecido e começa a olhar os vinhos. Eu, entretanto, não tirava os olhos dela. Tinha a pele muito clara e algumas estrias perto da bunda, mas não tinha celulite.
- Nossa! Você está vermelha.
- Eu?
- Você não. A sua... err... púbis.
- Aí. Eu tive de me depilar antes de colocar aquele biquíni. Senão... ficam feio os pelos aparecendo.
- Você não usa assim?
- Imagina. Uma mulher da minha idade.
- O que tem? Ficou bonita.
- É? Mas não está vermelha demais. – disse e puxou a pele para cima e os lábios da vagina se levantaram.
- Não. Até que não está.
- Você gosta assim? Depiladinha?
- Gosto.
- Amanhã o vermelho some. É sempre assim.
Me pareceu um pouco estranho conversar com a Dona Elô sobre a xana dela. Mas ela estava tratando tudo com muita naturalidade. Desviei o olhar para olhá-la no rosto. Nesse momento nossos olhares se cruzaram. Ficamos nos olhando nos olhos por não sei quantos segundos. A mim, pareceu uma eternidade.
- Você é como um...
Antes que ela terminasse a frase, já estávamos nos beijando.

Christiana


Esse desenho é da Nana, a filha da Eloísa. O desenho da Nana foi feito após o meu rompimento com a sua mãe e da briga com seu irmão. Nós nos encontramos em uma praia em Camburi no ano passado e ela estava vestindo o mesmo biquíni da mãe naquele dia. Meu coração disparou quando a vi. Ela caminhava de costas para mim e eu só vi a silhueta. Não sei por quanto tempo fiquei olhando para ela, mas alguém deve ter dito a ela: "- Aquele gordo não tira o olho da sua bunda". Ela olhou para trás e me chamou. Saímos para beber alguma coisa naquela noite. A certa altura ela se distanciou das amigas e quis saber o que realmente aconteceu entre mim e sua mãe. Ela disse que a mãe chorou muito quando do nosso rompimento. Disse que havia visto um desenho que fizera da mãe dela.
– Ela jogou fora, mas eu peguei para mim. Contei como foi que tudo começou. Mas percebi que Nana queria um pouco mais do que passeios de mão dada, jantares e nós dois nus na piscina.
- Sim, Nana, nós transamos. Se é o que quer saber.
- Mas me conta como foi. Me conta os detalhe.
- Que detalhes? Eu a amava.
- Minha mãe?
- Sim.
- E quantas vezes vocês treparam?
- Eu não gosto do termo. Mas foram algumas vezes.
- E... algumas vezes ela te chupou?
- Algumas vezes.
- Ela te deu o cu?
- Por que você quer saber essas coisas?
- Eu não sou mais virgem, sabia?
- Não. Por que razão eu saberia?
- Ela não te contou.
- Ela sabe?
- Sabe. Eu contei. E contei os detalhes para ela. E não foi uma vez, mas várias. Só que ela nunca conta nada.
- Nem todo mundo gosta de falar abertamente no assunto.
- Eu contei que tinha trepado com dois caras ao mesmo tempo. Igual eu vi num filme pornô. Eu disse que enquanto chupava o pau de um, o outro...
- Nana, eu não quero saber. Isso é uma coisa sua.
- Mas era mentira. Eu queria ver se ela se abria.
- Olha, se ela não te contou. Não serei eu a contar. Eu tenho de ir.
- Espera. Você desenha o meu retrato? Igual você fez com minha mãe?
Essa é uma fraqueza minha. Nunca pude resistir a esses retratos. Desenhar mulher pelada é talvez a coisa que mais me faça feliz hoje.
Fomos para a pousada que eu estava hospedado. Ela tirou a roupa e pediu para fazer dois desenhos. Que queria ficar com um. Foi uma das grandes burrices de minha vida. A Nana mostrou o desenho para a Elô e disse que tínhamos transado (ou trepado, como ela deve ter dito). Possivelmente, para ver se a mãe se abria com ela. Elô me ligou em seguida completamente transtornada. Sua voz era uma mistura de choro e ódio. Ela gritava tanto, em meio a soluços, que mal dava para entender o que dizia. Entre as engasgadas e uivos de raiva, eu pude identificas poucas palavras, entre elas: porco, gordo, imundo, sacana, filha da puta, vá para o inferno e suma da minha frente. Eu não tive tempo de dizer nada. Foi a última vez que nos falamos.
Ainda, encontrei o Elvis uma vez depois disso. Ele me jogou cerveja e só não partiu para agressão, porque os seguranças da boate o colocaram para fora.
Achei que estava na hora de viajar um pouco. Morar fora do Brasil. Precisava arrumar alguém para tomar conta da minha avó.